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sábado, 5 de janeiro de 2008

Lisboa-Dakar




O Jaquim está uma fúria. Tinha arranjado este carrinho para participar do rally, com o patrocínio do Zé das Farturas que tem uma barraquinha ali para os lados de Chelas, da Marinela , manucure brasileira que tem um cantinho para pôr unhas em gel no Fórum Montijo, da Roulote do Manel que faz bifanas ao pé do estádio do Belenenses e da própria oficina do Jaquim.


Pois ocorre que o Jaquim já sabia que não tinha chances de ganhar qualquer coisita, mas leveva a malinha das ferramentas e sempre podia ganhar umas coroas a desenrascar uns carros lá no meio do deserto.


Eu também tou chateada como um peru na véspera de Natal, desculpem lá qualquer coisinha, mas tinha-lhe aviado um farnel, uns coiratos, umas sandezinhas de mortadela, um naco de presunto, outro de queijo, pãozinho de Mafra, o garrafão da vinhaça e a garrafita do brandy mel já bem escondidinhas no fundo da bagageira e eu a pensar, olha lá, este domingo à tarde (só folgo ao domingo à tarde) não tens que aturar o Jaquim, vais mas é à Ribeira para um pézinho de dança, só de pensar nas músicas do Toy até me arrepio.


Não, os sacanas cancelaram tudo, assim, do pé prá mão. E prontos, toma e embrulha e pela primeira vez em 30 anos não há Dakar para ninguém. Ouvi no telejornal que eles vão pagar indemenizações, já disse ao Jaquim, bora lá pedir o dinheiro da pintura e as coroas que eu gastei no farnel. Se fosse para ires e eu poder ir lourear a pevide para a Ribeira, vá, mas assim, passem mas é a massa aqui para este lado e já!